A festa foi temática, inspirado nas festas juninas brasileiras. Talvez a época da festa fosse a inspiração para tal criatividade na celebração. Esta que vos escreve, na época em que se deu o evento, achou muito inusitada a idéia, ainda mais se tratando de um presidente da república. Um show de simplicidade e brasilidade, muito típicas da pessoa Luiz Inacio da Silva, brasileiro, nordestino e um homem de origem popular. Alguns detalhes meu caro leitor poderá acompanhar no link do portal terra, que coloco abaixo:
http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI324291-EI1194,00-Cerimonia+tipica+marca+bodas+de+perola+de+Lula+e+Marisa.html
O que mais me chamou a atenção na referida festa foi um simplicidade com toques de brasilidade e uma atmosfera de proximidade e desprendimento entre os presentes. Quem duvida de que seja extremamente prazeroso estar em uma festa onde os protocolos, regras de conduta e estilo e cerimoniais estão distantes? Quem pode afirmar que não é mais agradável você poder se comportar de forma livre e despojada? Acredito que a maioria dos que agora me lêem concorde... (se não concordar, se preferir os protocolos, cerimoniais e outras baboseiras, tudo bem... não vamos brigar por causa disso. Respeitar a vontade e as preferências do outro é o que nos diferencia dos demais "animais irracionais").
Anos passados, em atividade no meio acadêmico, eis que surge a imagem de meu professor da disciplina Comunicação Oral e Escrita, nos requisitando a leitura do referido texto. Embora de principio ele não nos tenha adiantado nada sobre as idéias da senhôura supracitada, algo em sua entonação de voz me suscitou a idéia de um "quê" de crítica, mas NUNCA, JAMAIS, EM TEMPO ALGUM faria eu idéia do

No segundo parágrafo, a colunista dá uma verdadeira "aula" de preconceito, de etnocentrismo com toques de "achismo" e sensacionalismo, este ultimo a mola mestra de quem deseja ardentemente vender jornais ou simplesmente a sua mensagem. Quem informou a Senhôura Danuza que as pessoas CONVIDADAS à festa eram OBRIGADAS a se "fantasiar" de caipiras, como se Lula tivesse a real e deliberada intenção de fazer a todos de palhaços? Quanta pretensão junta em uma só pessoa... Enganar? Enganar o quê, quem Sra. Danuza? Sinceramente não entendi!
Terceiro parágrafo... mais preconceito, mais pré-julgamentos, mais etnocentrismo.... (Gzuiz, apaga a luz e me segura!)
O quarto parágrafo inevitavelmente me conduziu a uma cena a nós, pobres mortais e muito aquém ao mundo glamoroso, "PHINO", "XICKY" e purpurinado de Lady Danuza, onde podemos ver duas velhinhas fuxiqueiras na festa, falando mal da roupa de fulana, criticando a postura do(a) anfitrião(ã), botando defeito no bufet, salgadinhos e docinhos e fazendo fofocas diversas. QUEM NUNCA CONHECEU ALGUÉM ASSIM, QUE ATIRE O PRIMEIRO TÍTULO DE NOBREZA! Há de a Sra. Danuza entender que ela faz parte de uma massa pequena e privilegiada da sociedade e que não é a maioria: essa maioria de nossa pirâmide social é justamente de pessoas com vestidinhos floridos e camisas xadrez remendadinhas... classe DE ONDE INCLUSIVE O NOSSO (hoje) EX-PRESIDENTE JÁ FEZ PARTE, mas que, mesmo tendo sido elevado a níveis mais altos econômica e socialmente, se mantêm fiel as suas origens.
EM TEMPO: Não sou partidária de nenhuma instituição política, partido político ou pessoa pública, mas sou partidária de uma coisa chamada BOM SENSO. Sendo o Lula, a Dilma, o FHC, o Sarney, ou seja, lá que figura política for, eu creio que cada um é livre pra fazer da sua vida (e das suas festas) o que bem entender! Afinal de contas, ONDE ESTÁ ESCRITO QUE QUEM CHEGA A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA NÃO PODE FAZER UMA COMEMORAÇÃO TIPICAMENTE BRASILEIRA E "DE POBRE"? (aguardarei ansiosamente a Sra. Danuza responder a minha pergunta, dentro dos dispositivos de lei, regras do Itamaraty ou dos "títulos de nobreza", hahaha)
O quinto parágrafo fala dos famosos e tradicionais pratinhos de doce, prática comum em festas do gênero. MEUDEUSODOCÉÉÉÉÉUUUUUU!!!!! Que mal a distinta senhôura viu nissoooooo?????? Será que os nobres políticos, parlamentares e membros dos ministérios não podem participar de tal "ultraje" (que não é o À RIGOR)??? Outro crime contra a economia do High Society levar prato de docinhos pra festa do presidente??? Ou será que os docinhos e salgadinhos levados pelos convidados estavam aquém de tão sofisticado paladar da distinta senhôura??? Esperaria ela trufas inglesas, tâmaras egípcias, canapés franceses? Hellloooowwwww!!!!! Brasil é assim mesmo Dona! É muita cocada, cajuzinho, bolinha de queijo, coxinhas... (síndrome de "Caco Antibes" talvez?)
O sexto e último parágrafo me abstenho de comentar... apenas que a distinta senhôura deve ter ido curar-se do trauma no Principado de Mônaco ou na Côte D'Azur. E se ficasse por lá, seus comentários
Segue o referido texto na íntegra. Tirem suas conclusões. O espaço aqui é democrático e acata qualquer ponto de vista, independente de raça, credo, posição econômica. DIVIRTAM-SE!!! (ou não):
FALA SÉRIO, LULA!
por Danuza Leão
“Com todo o respeito: a idéia de comemorar as bodas de pérola com uma festa caipira não podia ter sido pior. O Brasil tem tantos regionalismos bacanas, uma culinária riquíssima, várias maneiras de ser cheias de ginga e charme que deslumbram o mundo inteiro, e o presidente e dona Marisa Letícia vão escolher logo uma caipirada dessas?
Foi um desastre desde o começo: o tema da festa, o carro de boi chegando cheio de paçoca e cachaça, o autoritarismo de obrigar os convidados e suas respectivas esposas a vestir o traje típico, e ainda pedir que levassem um pratinho de doces ou salgados. Quem eles acham que estão enganando na hora em que a assessoria de imprensa da Presidência da República anuncia que o presidente ajudou a pendurar as bandeirinhas do arraiá? Oh, mas que almas tão genuinamente brasileiras? Socorro, Duda Mendonça.
Alguns mais sensatos não pagaram o mico de usar aquele chapeuzinho de Jeca Tatu, mas é difícil dizer não ao presidente. Como estamos num Estado quase totalitário, a imprensa foi proibida de cobrir o acontecimento, o que nos leva a pensar: terá algum ministro pintado um dentinho e um bigodinho com carvão, como é de praxe? O vice-presidente, talvez?
Um país que quer tanto ser moderno poderia ter se inspirado em qualquer outro folclore que não o do atraso, o da jequice explícita. Quem não se lembra do personagem Jeca Tatu, cheio de lombrigas, personificando um Brasil de que lembramos com carinho, mas que não é exatamente a imagem a ser exportada para os grandes estadistas do mundo com quem Lula gosta tanto de conviver de igual para igual?
Não há uma mulher que se realce num vestidinho caipira; não existe imagem masculina que resista a uma camisinha xadrez remendada e uma costeleta postiça. E essa história das despesas da festa serem divididas? Foi um vexame atrás do outro, em nome de uma economia sem sentido, tipo me engana que eu gosto. Então é preciso que alguns empresários rachem a reforma das goteiras do Palácio da Alvorada para mostrar o quanto são parcimoniosas as despesas da Presidência?
E essa de levar um pratinho de doces eu não ouvia falar desde que tinha dez anos, morava no interior e era pobre. Se investigassem mesmo o affair Waldomiro, sairia bem mais barato. A gente temia que fosse acontecer esse tipo de coisa; até agora foi refresco, mas agora eles pegaram pesado.
Olhem bem a foto para não perder nenhum detalhe: a margarida no bolso de Lula, o chapéu de palha desfiado, as trancinhas e as pintinhas feitas a lápis no rosto de dona Marisa. Pior, impossível. Sempre se soube que a saudade de Fernando Henrique e dona Ruth Cardoso ia ser grande, mas não dava para imaginar que fosse ser tão grande. O arraiá foi de uma breguice difícil de ser superada, mas não vamos perder as esperanças: até o fim do mandato eles talvez consigam."
Colaborou com estas linhas CRISTIANO MEDEIROS - colega de trabalho. (VLW Cris!)